1. |
Amador
04:37
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AMADOR
Acho que deu pra perceber o nosso amor é ouro
Apanha sol e quer lua de mel
Acho que deu pra perceber o nosso amor dilata
O som no ar, a ideia no papel
A poesia chega sem complicação
Deixa um sorriso de felicidade em mim
Entorna em torno, suas águas lavam almas
Salve a natureza
Concede a dança do amor
A quem apenas é um amador
Acho que deu pra perceber o nosso amor é ouro,
é prata
Apanha sol e quer lua de mel
Acho que deu pra perceber o nosso amor
descobre, dilata
O som no ar, a ideia no papel
A poesia chega sem complicação
Deixa um sorriso de felicidade em mim
Entorna em torno, suas águas lavam almas
Salve a natureza
Concede a dança do amor
A quem apenas é um amador
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2. |
Sem título
03:59
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SEM TÍTULO
Sem trabalho, sem fé
Sem alimentação
Sem valor
Sem opinião
Sem sair do lugar
Sem pai nem mãe, sem par
Sem camisa
Sem permissão
Sem sorrir nem chorar
Sem ter nada pra dar
Sem amor, sem perdão
Sem nenhuma ilusão
Sem notar, sem saber
Sem sabor, sem noção
Sem maldade, sem lei
Sem consideração
Sem vergonha, sem cor
Sem teto, sem razão
Sem cabeça nem pé
Nem chão
Sem sentido nenhum
Sem ler a instrução
Sem papel
Sem numeração
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3. |
Dança dos laços de fita
03:37
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DANÇA DOS LAÇOS DE FITA
O teu olhar
Merecia uma peça erudita
Quando falo ninguém acredita
Calmaria do mar que me agita
Não complica, mas não facilita
O teu olhar
É uma flecha do Bhagavad Gita
Tem a dança dos laços de fita
Tem a dança dos laços de fita
Fitar, ficar, fitar, ficar, fitar, ficar a fitá-la
Dançar, trançar, dançar, trançar, dançar, trançar as amarras
Dançar, trançar, dançar, trançar, dançar, trançar os amores
Miscigenar, passar, voltar, unir em nós novas cores
O teu olhar
Descoberta de ouro, pepita
Desentoca qualquer eremita
Luz do fogo do sol na bolita
Cimitarra na mão de um xiita
O teu olhar
Arrepia a lembrança que fica
Tem a dança dos laços de fita
Tem a dança dos laços de fita
Fitar, ficar, fitar, ficar, fitar, ficar a fitá-la
Dançar, trançar, dançar, trançar, dançar, trançar as amarras
Dançar, trançar, dançar, trançar, dançar, trançar os amores
Miscigenar, passar, voltar, unir em nós novas cores
Novas cores
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4. |
Junho
06:29
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JUNHO
Espero que tu escrevas um livro
Reportando tardes vivas de junho
Que observe ser humano
Com quem dorme no passeio
Com a garrafa e o velho cobertor
Que absolva o som do solo
Do motorista frenando
Nessa rua mora a bola que atravessa atrás do anjo
Folhas secas flanam, fogem de quem quer varrer
Folhas plenas de palavras
Quem vai querer ler?
Desenhando paraísos
Absorvendo absurdos
Definindo a cena que não se vê
Reparando alegrias
Desfazendo preconceitos
Traduzindo a vida que não se lê
Acolhendo a precisão do trabalho
De quem classifica o que vem no lixo,
Do pintor da flor que passa na madeira da carroça
Do malabarista ao tempo do sinal
De quem acha novidades vasculhando velharias
Nos cafés e livrarias, nos sobrados que sobraram
Deixa algumas linhas tortas pra deus se ocupar,
Deixa página vazia
Se acaso acertar
Desenhando paraísos
Absorvendo absurdos
Definindo a cena que não se vê
Reparando alegrias
Desfazendo preconceitos
Traduzindo a vida que não se lê
Meia volta, volta e meia
Volta ao mundo, minha aldeia
Como é bom ficar com meu amor
O carinho quer espaço
Sem ter pressa nem cansaço
Como é bom ficar com meu amor
Espero que tu escrevas um livro
Reportando tardes vivas...
Desenhando paraísos
Absorvendo absurdos
Definindo a cena que não se vê
Reparando alegrias
Desfazendo preconceitos
Traduzindo a vida que não se lê
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5. |
Quem mandou
04:12
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QUEM MANDOU
Quem mandou trazer pra cá
Essa gente que gosta de reinventar a bola
Quem mandou deixar aqui
A viola, o pandeiro e um resto de luz de esperança
Quem mandou abençoar
A mistura, o molho que deus derramou
O milagre de tantas vitórias
No meio de tantas misérias
Então, agora agüenta o tirão
O milagre de tantas vitórias
No meio de tantas misérias
Agora agüenta firme, meu irmão
O negócio é complicado
Pra quem não quer entender
Pra quem manja do gingado
Isso não vem surpreender
O senhor tá desconfiado,
Que eu não ligo pra razão
Replicando a batucada
Que lembra do tempo da escravidão
O feitor da madrugada
Avermelha o céu azul
Quilombola bola samba
Rebola Rio Grande do Sul
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6. |
Fim e começo
04:47
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FIM E COMEÇO
Quero viajar
Pra matar saudade do que não conheço
E do avesso
De onde vou sair
Pra sentir a falta desse endereço
Fim e começo
Gosto lá de fora
Do interior
Sei que não vigora
Falsidade onde mora aquela flor?
A cidade passa
Com seu vai e vem
Ela me atrai, mas eu preciso ir mais além
Quero viajar
Pra matar saudade do que não conheço
E do avesso
De onde vou sair
Pra sentir a falta desse endereço
Fim e começo
Asas da miragem
Em arribação?Aventando a vida
Sendo a mesma, mesmo em outra direção
A paisagem migra
Leva meu olhar
Ela me quer, mas não é hora de ficar
Quero viajar
Pra matar saudade do que não conheço
E do avesso
De onde vou sair
Pra sentir a falta desse endereço
Fim e começo
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7. |
Greve geral
05:50
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GREVE GERAL
Não pulo
Não danço
Não canto
Meu grito não soa
No espaço secreto entre nós
Descanso de corpo fechado
De braços cruzados
Respiro e só falo o que vem
Invento qualquer manifesto
Que não prega nada do nada que sou por aqui
Não digo que estou magoado contigo
Comigo desligo
Não pulo
Não danço
Não canto
Palavras que queres
E gestos iguais aos iguais
Milito aflito por algo sincero
Espero fazendo
O desejo ensejar
Invento qualquer circunstância
Mas não participo de jeito nenhum disso aqui
Não digo que estou magoado contigo
Comigo desligo
Em greve geral
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8. |
No shopping
05:43
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NO SHOPPING
Eu não vou deixar barato
Deu trabalho pra fazer
Também não vou pagar tão caro
O que tens pra me vender
Eu não vou fumar cigarro
Álcool não vou mais beber
Comer carne é prescindível
Se não jogo é por prazer
Decidi não ter um carro,
Telefone, DVD
Interessam outras ocas
No shopping não vais mais me ver
Vou parar pra meditar,
Muito mais o que fazer
Nunca mais pensar em drogas
Vou deixar de ver tevê
Mas não vou deixar por menos
O que trago pra vender
Lá em casa tenho outras bocas pra comer
Também não vou deixar tão caro
Deu barato pra fazer
Interessam outras tocas
No shopping não vais mais me ver
Não vou deixar tão caro
Deu barato pra fazer
Interessam outras trocas
No shopping não vais mais me ver
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9. |
Nosso abraço
02:04
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NOSSO ABRAÇO
Nosso abraço é o universo
Não há nada demais
A não ser a essência
Música e poesia
Silêncio
Energia
Em flor aberta no peito
E a chama chama chama sem fim
Vida e alimento
Prazer
Plexo no plexo
Nosso abraço é o universo
Yin-yang
Chuva-vento
Corpo em terno movimento
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10. |
Vamos chegar
03:42
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VAMOS CHEGAR
Não fica longe, já se vê daqui a casa
Aquela entre o arvoredo e a goiabeira
Que leva um pouco de tijolo, mais madeira
Embaixo dela tem raiz
Em cima, asa
Tem luz elétrica, água encanada
Ondulando ao vento roupas no varal
O aroma do fogão a lenha vem na estrada
E, no telhado, um galo cuida do quintal
Vamos chegar...
Não fica longe já se vê daqui a praia
Aquele azul mais forte embaixo do horizonte
É tanta água e areia, monte atrás de monte
A imensidão que embala o mundo ali ensaia
No avarandado a cadeira é preguiçosa
Se não tem rede, com caniço e samburá
Chapéu de palha que se esquece na cabeça
Enquanto estronda o tombo da onda do mar
Onda do mar...
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Mário Falcão Porto Alegre, Brazil
Cantor e compositor brasileiro.
Sobre a Bandcamp: gosto muito desta plataforma. Aqui a
canção fica acompanhada da letra e dos créditos da gravação. Como funcionava antes, no tempo dos encartes de LP e CD “físicos”. Sem falar que o público pode contribuir com os artistas, comprando e/ou enviando mensagem. E, se não quiser pagar, pode escutar o som em ótima fidelidade.
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